Preciosidades em Escala 1/43: automobilismo brasileiro nos tempos de ouro.

Publicado: 16 de fevereiro de 2019 em Uncategorized

Hoje recebi mais algumas peças preciosas da Volare Brasil.
São seis diamantes muito bem lapidados e raros dos tempos de ouro do Automobilismo Brasileiro!
Dentre as várias aquisições destaco a dupla de Fiat 600 Abarth da Equipe Jolly Gancia. O de número 47 competiu nas 3 Horas de Velocidade na Barra da Tijuca em 1964 e foi pilotado por Wilson Fittipaldi Jr., chegando em 3º na sua categoria.

Fiat 600 Abarth da Equipe Jolly Gancia: miniaturas na escala 1/43 produzidas pela Volare Brasil.

Já o de número 45 correu os 1000 Km de Brasília em 1966 e chegou em 5º lugar na geral com a dupla Lulla Gancia e Felice Albertini.

Equipe Jolly Gancia: muita história no automobilismo brasileiro.

Cabe aqui contar um pouco de história. Lulla Gancia faleceu em junho de 2016 aos 92 anos, era viúva de Piero Gancia, falecido em novembro de 2001. Dentre outras atividades comerciais que desenvolveram no país além do comércio de vinhos e vermutes, a família passou a ser o importador oficial da Alfa Romeo, Lamborghini e Ferrari. Piero iniciou nas corridas em 1962 e a esposa, por estar envolvida nesse universo ingressou em seguida, em 1963. Na corrida dos 1000 Km de Brasília em 1966, Lulla fez dupla com o motorista da família, Felice, que tivera um curso de pilotagem custeado por Piero, que achava necessário que o motorista da família tivesse as mesmas habilidades de um piloto.
A Volare Brasil está recriando na escala 1/43 vários carros da equipe Jolly Gancia, uma das mais importantes na história do automobilismo brasileiro, e claro que vou tentar incorporar todos os exemplares possíveis ao acervo da 118 Garage.
Outra dupla que chegou para impressionar foram as carreteras Gordini da Equipe Concessionaria Cipan. Ambas competiram nos 1600 Km de Interlagos em 1965.

Carreteras Gordini da Equipe Concessionaria Cipan

A de numeral 46 foi pilotada por Bird Clemente e Wilson Fittipaldi Jr. e chegou em 2º lugar na geral. A carretera de numeral 47 foi conduzida por Luiz Pereira Bueno e José Carlos Pace e chegou em 1º lugar na classificação geral.

Carreteras Gordini Equipe Concessionaria Cipan

O que impressiona em ambas é o nível de preparação dos modelos, ou seja, os carros foram muito aliviados no peso, tendo partes da carroceria eliminados, e claro, o motor muito bem envenenado. Talvez por isso fizeram dobradinha e entraram para a história pelo grande feito!

Carreteras Gordini Equipe Concessionaria Cipan

Carreteras Gordini Equipe Concessionaria Cipan

Outra preciosidade que chega é a berlineta Willys Interlagos que venceu o GP 1500 Km de Interlagos de 1963 pilotada por Chico Landi e Marivaldo Fernandes. Essa corrida marca a primeira vitória de Marivaldo, que passa a utilizar o numeral 45 em seus carros e dá início a uma carreira brilhante de muitas vitórias.

Willys Interlagos Berlineta: primeira vitória de Marivaldo Fernandes.

Por último, um modelo que relutei em adquirir. Fiquei em dúvida se colocaria ou não no acervo, mas em memória ao grande piloto que o conduziu, Christian Heins, tive que ceder. Trata-se de um Renault Alpine M63 que participou da XXXI 24 Horas de Le Mans.

Renault Alpine M63: Equipe Interlagos Alpine para XXXI 24 Horas de Le Mans.

Christian participava das 24 Horas de Le Mans em dupla com José Rosinski, o brasileiro pilotava o Alpine M63 e estava liderando a corrida na sua categoria, e ocupando a 3ª colocação no geral, quando na 6ª hora de prova o carro derrapou no óleo deixado por outro carro, bateu num adversário que havia rodado, deu uma cambalhota, bateu num poste de iluminação e incendiou-se, ficando o piloto preso nas ferragens desfalecido. Os bombeiros tiveram dificuldades em abrandar o fogo e retirá-lo. Foi levado com urgência para o hospital onde os médicos constataram que ele já estava morto, enquanto os destroços do Alpine continuavam ardendo intensamente junto à pista.
Apesar de não ter as mesmas oportunidades que surgiram a partir da era Emerson, Christian Heins obteve muito destaque no Brasil e no exterior, mas infelizmente se foi cedo demais, tinha 28 anos quando perdeu a vida nas pistas, e mesmo assim é considerado um dos maiores pilotos brasileiros.

Os extremos: o início de uma carreira vitoriosa de Marivaldo Fernandes com o Interlagos vermelho 45 e o fim de uma carreira mais que promissora, já vitoriosa de Christian Heins com o Alpine azul 48.

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